Fiel. Oh! Hoje em dia nada mais é que o nome de um cão. (G. de Portoriche)
Vestes sujas, corpo que há muito não sentia água e sabão, vivia um velho com seu cão Fiel, Catando papel e garrafas pet pelo bairro. Seu único bem: uma espécie de carroça, onde também morava. Era a figura mais conhecida da minha rua. Todos o conheciam. Havia sempre alguém a lhe dar uma xícara de café, um pão, um prato de comida. E quando fazia muito frio ou chovia, obtinha refúgio numa de muitas garagens da minha rua. A comida que ganhava o velho dividia com seu cão. Fiel também já passara, há muito, dos seus dez anos de idade. Isso para um cão é equivaleria à velhice. Lembro-me perfeitamente bem quando o velho o encontrou dentro de uma caixa de sapatos, com poucos dias de vida. O velho ia de casa em casa pedir um pouco de leite para o cãozinho. E assim foi... o tempo passou. Fiel, o cão, estivera ao seu lado, sem nenhum lamento, nos bons e maus momentos...No mês passado, ao colocar o saco de lixo na rua, de madrugada, notei a carroça do velho estacionada e Fiel uivando em lamentos. Nunca o vira assim. Chamei pelo velho. Nenhuma resposta. O velho parecia estar dormindo. Mas, ao tocá-lo, senti a rigidez da morte. Vizinhos cotizaram para providenciar o enterro. Descobrimos que estava tudo pago, desde o seu caixão até seu jazigo no cemitério da cidade. Inclusive flores.
O velho cão permaneceu ao lado do caixão no velório municipal. Acompanhou o féretro. E ficou deitado ao lado da sepultura do velho. Não queria acompanhar ninguém. Durante alguns dias levei água e comida. Todavia, Fiel não queria comer nem beber. Recusou até um bom pedaço de carne. No quinto dia, encontrei-o rígido: ele fora se encontrar com seu dono. Creio que o acompanhará por toda a eternidade.
4 comentários:
que linda história. O cão é o melhor amigo do homem e o mais fofo também *-'
Caramba, Que Bonita história...
Tadinho do Cachorrinho, morreu com a dor da perda de seu dono!
Muito boa a história!
Muito bacana...
Linda² essa história!
Postar um comentário